Psiquiatra alerta sobre os sintomas desse distúrbio mental
É habitual o ser humano passar por variações de humor durante o dia, ir de momentos de extrema alegria para a tristeza. São sentimentos naturais de cada indivíduo, mas existem pessoas que passam por variações de humor indo da euforia extrema à depressão profunda com maior intensidade, de maneira crônica. Essas pessoas são classificadas como bipolares. A bipolaridade é um transtorno mental que atinge cerca de 4,2 milhões de brasileiros, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A causa exata do distúrbio bipolar não é conhecida, mas acredita-se que seja influenciada por uma combinação de fatores como genética, ambiente, estrutura e química do cérebro. Por isso, sua descoberta pode demorar por conta do desconhecimento em torno do problema. “O histórico de vida da pessoa e familiar auxilia no diagnóstico, pois leva em conta as alterações de humor anteriores, episódios atuais ou passados de depressão, além da ausência de resposta ao tratamento com antidepressivos”, explica o médico psiquiatra, Bruno Brandão.
De acordo com o psiquiatra, a doença não tem cura, mas com tratamento correto, o indivíduo pode viver normalmente. “Os cuidados incluem, o uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, como o fim do consumo de substâncias psicoativas (cafeína, anfetaminas, álcool e outras), além de desenvolver hábitos saudáveis de alimentação, sono e redução dos níveis de estresse”, afirma.
Ainda segundo o médico , o apoio familiar faz toda diferença. “Os familiares precisam dar suporte, não julgar e procurar se informar sobre a doença. Além disso, é ideal que a família também tenha acompanhamento psicológico para ter emocional para ajudar o parente”, diz.
Sintomas
Os sintomas da doença são classificados como os da fase depressiva e fase maníaca. Veja abaixo quais são eles:
Episódios de depressão
- Tristeza persistente (humor deprimido);
- Fadiga (cansaço excessivo e redução de energia);
- Alterações significativas no apetite;
- Perda ou ganho de peso;
- Sentimentos de desesperança, vazio, impotência e inutilidade;
- Culpa e preocupações excessivas;
- Lentidão (física e mental);
- Insônia ou sono excessivo;
- Baixa autoestima;
- Memória e concentração prejudicadas;
- Ausência de prazer e interesse nas atividades habituais;
- Isolamento social;
- Pessimismo generalizado;
- Pensamentos suicidas.
Episódios maníacos
- Diminuição da necessidade de sono;
- Autoestima inflada;
- Hiperatividade;
- Agitação psicomotora;
- Delírios de grandeza;
- Aumento do desejo sexual;
- Fala e pensamentos acelerados;
- Irritabilidade extrema;
- Sensação de tensão e nervosismo;
- Atenção dispersa (distratibilidade);
- Alucinações;
- Comportamento agressivo;
- Atitudes impulsivas e imprudentes;
- Sensações de extrema felicidade, energia e autoconfiança.
Fonte: Bruno Brandão, médico psiquiatra. Possui título de especialista em psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP. Especialização em dependência química pela unidade de álcool e drogas pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP -Pós graduado em terapia cognitiva comportamental PUCRS –
Certificação em Neurociências PUCRS – Membro Titular da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP . @brunopsiquiatra
Foto: Acervo Pessoal | Divulgação
atualizado em 05/10/2023 - 08:59